APRESENTAÇÃO
O presente
projeto visa apresentar uma proposta de atividades de arte para crianças
especiais que frequentam a Educação Infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental em escolas regulares, mas cuja condição especial não permite a
participação nas aulas de Educação Física ou Psicomotricidade. Trata-se de uma série
de práticas a serem aplicadas pela assistente da criança, com ênfase nas
experiências sensórias, motoras e cognitivas, sob a supervisão de um
monitor/professor de Artes.
Como base
para a proposição deste projeto, o RCNEI contribui afirmando que “o
desenvolvimento da capacidade artística e criativa deve estar apoiado, também,
na prática reflexiva das crianças ao aprender, que articula a ação, a
percepção, a sensibilidade, a cognição e a imaginação.” (BRASIL, P.89).
Acerca da presença das artes visuais no cotidiano da vida infantil,
considera-se que:
As Artes Visuais estão presentes no cotidiano da vida
infantil. Ao rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar
materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar os objetos
e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se das Artes Visuais
para expressar experiências sensíveis. (BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1998, P.85).
No que diz respeito à Inclusão escolar,
este projeto considera a importância de sua implementação desde os primeiros
anos de vida. A Inclusão, portanto, “contempla a necessidade de
implementação de uma Pedagogia voltada para a diversidade e necessidades
específicas do aluno em diferentes contextos, com a adoção de estratégias
pedagógicas diferenciadas que possam beneficiar a todos os alunos.” (BRASIL.
Ministério da Educação. Referencial
curricular nacional para a educação infantil: estratégias e orientações para a
educação de crianças com necessidades educacionais especiais. Brasília:
MEC, 2000). Para a efetivação da inclusão, é necessária a positiva
participação da Instituição, da família e também da própria criança, em um
esforço conjunto de aprendizagem compartilhada.
OBJETIVOS GERAIS
- Oferecer aos alunos especiais não participantes das aulas de Educação Física atividades que propiciem experiências sensórias, motoras e cognitivas, com vistas a beneficiar o desenvolvimento escolar através da exploração da zona proximal desses alunos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Trabalhar a auto-estima dos educandos especiais por meio de uma atividade que promova o aprendizado através da prática.
- Ampliar o acesso ao conhecimento e ao fazer artístico e artesanal.
- Propor uma ação interdisciplinar por meio da arte.
- Valorizar a cultura e a arte como patrimônio escolar.
- Trabalhar a construção processual de conhecimento através da seqüência de atividades.
PÚBLICO-ALVO
O projeto pretende atender inicialmente os
alunos especiais da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental,
com possibilidade de expandir-se para atender alunos especiais de toda a
Educação Básica.
Serão atendidos alunos com qualquer
deficiência ou doença, desde que estejam impossibilitados de participarem das
aulas de Educação Física por suas condições especiais.
PROBLEMATIZAÇÃO
Os alunos especiais de algumas escolas do
Setor Privado do Vale-do-Aço contam com a assistência de uma estagiária ou
monitora durante todo o tempo letivo. Mas em algumas atividades, como nas aulas
de Educação Física, alguns destes alunos são impossibilitados de participar
devido às suas condições especiais. Sendo assim, para eles, o tempo das
aulas de Educação física permanece ocioso, podendo tornar-se um momento de
exclusão, tento em vista que os esses alunos assistem seus colegas fazendo as
atividades sem poder delas participar.
Diante dessa realidade, o presente projeto
visa oferecer a esses alunos uma opção de atividade para substituir as aulas de
Educação Física das quais não participam. Essas atividades serão acompanhadas
pela assistente habitual do aluno, com a supervisão e orientação de um
professor/monitor de artes. A cada semana, uma atividade será realizada
conforme um planejamento que parte da sondagem prévia das condições motoras,
cognitivas e sensoriais desses alunos com o auxílio da equipe gestora
(coordenadores, pedagogos), professora de sala e com o assistente, tendo em
vista fazer um diagnóstico pedagógico do aluno, para elaboração das atividades
de acordo com as habilidades e competências que ele precisa adquirir para
atingir a sua zona de desenvolvimento proximal. A oficina de arte para
substituir as aulas de Educação Física será opcional para a família do aluno.
Os materiais e demais gastos são inclusos na mensalidade extra que os familiares
já pagam à escola, sem alterações no valor final.
METODOLOGIA
As práticas de artes, com duração de 50
minutos semanais, serão realizadas de acordo com a capacidade motora e
cognitiva de cada criança, tendo em vista constantemente a zona de desenvolvimento
proximal de cada aluno. As práticas a serem realizadas serão
planejadas em ação conjunta entre docente, coordenador, pedagogo e assistente.
I Modulo – Artes-visuais e Corpo-humano
Aula 1 - Modelagem
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- Parece com o
papai? Com a mamãe? Tem pernas? Onde estão? Tem cabeça? Olho? Mostra-me.
Em seguida,
propõe que o aluno faça o seu próprio boneco de argila, e orienta-o a ir
partindo a argila com a mão e ir forrando a estrutura. Se necessário, o
professor pega na mão do aluno para auxiliar a dar forma ao boneco. Depois,
orienta o aluno a molhar o dedo das mãos e ir passando suavemente pela
escultura, de forma que a superfície fique lisa. Por último, o professor
orienta-o a marcar alguns detalhes na escultura com o palito, como olhos,
boca, nariz, roupa e cabelo, e propõe ao aluno que dê um nome ao boneco.
Avaliação:
Coordenação motora grossa e fina, compreensão da proposta,
concentração/envolvimento.
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Aula 2 – Desenho e colagem
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Eixo
norteador: Artes-visuais, Corpo-humano
Objetivo:
Trabalhar a cordenação-motora e noção espacial do corpo-humano
Recursos:
Canetinha preta ponta grossa, olhos de plástico, cabelinho de lã, recortes de
papel colorido em forma de sapatos e de mãos.
Metodologia: A
professora pergunta ao aluno sobre as partes do seu corpo e estimula que ele
diga em voz alta os nomes dos membros inferiores e superiores e cabeça. Em
seguida, convida-o a desenhar o próprio corpo, fazendo passo-a-passo de um
desenho simples pra mostrar-lhe uma referência. Do jeito que ele conseguir
fazer, a professora solicita que ele mostre com o dedo onde estão os membros
do corpo e a cabeça, e vai passando cola nos locais que ele indicar. Por
último, propõe-lhe que cole o cabelinho de lã, recortes de papel colorido em
forma de sapatos e de mãos, nos locais que ele indicou.
Avaliação: Coordenação
motora fina, compreensão da proposta, concentração
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Ministério
da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para educação infantil, Volume III. Brasília: MEC/SEF,
1998.
BRASIL.
Ministério da Educação. Referencial
curricular nacional para a educação infantil: estratégias e orientações para a
educação de crianças com necessidades educacionais especiais. Brasília:
MEC, 2000.